domingo, 27 de julho de 2008

A Águia e a tartaruga

"Ao sopé de uma gigantesca montanha, confabulando amistosamente, estavam a Águia e a Tartaruga. Falavam sobre superar limites, e atingir objetivos. A Águia, poderosa rainha dos ares, dizia não haver lugares inatingíveis, e nem metas que não pudesse alcançar. A envergadura de suas asas permitia que fosse a qualquer lugar. Era soberana e tinha a segurança que apenas tem, quem sabe do seu real potencial.

A meiga Tartaruga, a quem a paciência já havia ensinado grandes lições, falava sem pressa. Contava sobre pequenos detalhes, que, ao longo de sua caminhada, haviam entrado pelos seus olhos, e marcado seu coração..-A Águia, sempre sedenta por aventuras, propôs um desafio à Tartaruga. Subiriam a montanha, para lá do alto, ver o mar. Queria mostrar para sua amiga, o tamanho real do mundo. O horizonte visto do alto, era de uma beleza ímpar. Empolgada, descreveu o aprendizado que sua alma faminta, já assimilara. A Tartaruga, conhecendo a velocidade de seus passos, soube que este desafio muito lhe custaria. Talvez a metade de sua existência. Mas, queria ver o que havia lá no alto.

Olharam-se, sorridentes, e começaram sua aventura. O farfalhar das asas da Águia, ergueu poeira, e em instantes, sumiu das vistas da Tartaruga. E esta, movendo-se no ritmo que lhe fora conferido pela vida, foi subindo lentamente. Seu corpanzil pesado tinha muita dificuldade para se mover naquele terreno irregular. Durante o trajeto, muitas vezes tropeçava na falta de experiência, e rolava morro abaixo. Mas, depois de se refazer, recomeçava a caminhada. A trilha era estreita, e muitas vezes, ela parava para dar passagem a outros animais, que subiam ou desciam, e sempre gentil, oferecia-lhes seu sorriso.

Alimentava-se da vasta vegetação, e seu paladar provou novos sabores. Alguns amargos, mas outros absurdamente tenros e macios. Olhando ao redor, para não perder nenhum detalhe, deu-se conta de que havia flores, ornamentando o caminho, e estas, com seu perfume, derramavam alento, dentro de seu coração. Enquanto a Tartaruga se empenhava em subir, tomando muito cuidado com as quedas, a Águia, há muito já alcançara o topo. Aliás, não demorara quase nada, e agora, no alto de uma frondosa árvore, se perguntava quanto tempo levaria a Tartaruga, para vir a ter com ela.

Esperou dias e noites. E aquela paisagem, sempre encantadora, foi tornando-se cansativa, e ela ansiou por sair dali. Precisava alçar vôo, traçar novas metas. Tinha sido tão fácil chegar, e agora se perguntava porque incentivara a pobre Tartaruga a subir. Não seria possível esperar por ela. A vida se agitava dentro das suas veias, e estagnar significava matar seu espírito. Morreria, se ficasse. Precisava estar em constante movimento, para que suas asas não atrofiassem. Olhou para baixo, e nem sinal da Tartaruga. Então, seu piado forte, cortou o silêncio, enquanto ela cortava o céu, e voou dali.

Anos mais tarde, completamente exaurida, chegou a Tartaruga ao topo. Durante este tempo todo, enquanto caminhava, e quando o cansaço minava as suas forças, era nas palavras da Águia que ela pensava. Veria algo novo. Veria um novo mundo. E este pensamento foi seu alimento. A cada vez que quase sucumbia, tentava visualizar aquele horizonte, descrito pela Águia, e então, cantarolante, começava tudo outra vez.

Seus passos eram constantes. A subida não lhe conferira uma nova velocidade. Muitas vezes, havia sido muito duro, olhar para o alto, e ver o quanto ainda faltava. Então, ela olhava para os lados. E olhava atrás de si. E, orgulhosa constatava que, mesmo que morresse ali, que jamais atingisse seu objetivo, jamais em sua vida, havia feito algo igual.

Faltava pouco agora, para que conhecesse um mundo novo. Mais alguns arbustos e estaria no topo da montanha. Seu coração batia apressado, seu corpo tremia de ansiedade e excitação. Então, a cortina se abriu. Tudo o que vivera até então, não se comparava ao que estava sentindo. Lá estava o horizonte se encontrando com o mar gigante. Ambos se tocavam, numa suave carícia, e o Sol, nascia da união dos dois. Vinha saindo, todo matreiro, de dentro do mar, e erguia-se sobre a Terra.

Nesta hora, duas lágrimas suaves, brotaram nos olhos da Tartaruga. Mentalmente agradeceu à Águia, pelo incentivo que lhe dera. Sabia que não a encontraria ali. Sempre soubera. A Águia plantara dentro dela, um par de asas gigantes. Apostara em sua persistência, e graças a ela, a Tartaruga se tornara única, entre todas as Tartarugas. Com um suspiro emocionado, recolheu-se dentro de seu casco, e dormiu serenamente.
"
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Recolhi esse texto à alguns anos, e me falha a memória de onde ou porque.

Sempre que posso leio este texto e reflito sobre a mensagem serena que ele tenta nos passar.

Reflito sobre a tartaruga. Limitada, mas cheia de força de vontade. Seguindo seus passos, à sua maneira, porém trilhando seu caminho e tendo em vista seu objetivo maior. Aproveitando cada pequena conquista, reafirmando diariamente seu objetivo principal, seguindo em frente apesar das dificuldades.

Reflito sobre a águia. A quem a vida deu um dom maior, a quem a vida deu asas. Ela está sempre atrás de novas conquistas. Está sempre incentivando as pessoas à seu redor e contagiando a todos com sua empolgação e brilho prórpio. Ela também alcança seus objetivos, mas não sente tanta dificuldade para alcançá-los. Ela trilha seu caminho e este é recheado de vitórias, mas a águia não aproveita tanto sua jornada quanto a tartaruga. Ela passa ligeira pelos ares por todo seu caminho. Ela não aprecia as pequenas coisas que estão ocultas lá embaixo, onde a tartaruga segue lentamente.

Portanto percebo que cada um tem seu ritmo, cada um tem seu dom e suas limitações e que o importante na verdade, é seguir seu caminho, pensando sempre em suas metas. Uma vida sem metas se torna uma vida triste. A cada dia de nossas vidas precisamos renovar a promessa de seguir com fé nossos objetivos pessoais, alcançando-os, demore o tempo que seja necessário para tal. Seguindo o ritmo que a vida nos deu, sem nos desesperar com as pequenas derrotas, os pequenos tropeços.

Sendo a águia ou a tartaruga, precisamos chegar ao cume de nossas vidas para sentirmos o doce sabor da vitória. Porque todos nós nascemos para vencer!

Tenha fé.

sábado, 26 de julho de 2008

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Smile

Adoro essa maravilhosa melodia de Chaplin...

Esse vídeo nos faz relembrar e matar a saudade desse grande e talentoso artista. Muitas pessoas pensam que a letra dessa música é também de Chaplin, porém não podemos esquecer que somente a melodia é deste saudoso mestre. A bela letra desta música é de John Turner e Geoffrey Parsons. E posteriormente a versão brasileira foi feita por Braguinha.

O vídeo de Chaplin:




SMILE (LETRA)

"Smile, though your heart is aching
Smile, even though it’s breaking
When there are clouds in the sky
you’ll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll see the sun come shining through
for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That’s the time you must keep on trying
Smile what’s the use of crying
You’ll find that life is still worthwhile
If you’ll just
Smile"

SMILE (TRADUÇÃO)

"Sorria embora seu coração esteja doendo,
sorria embora esteja se partindo,
Quando há nuvens no céu,
Você vai conseguir

Se você sorrir
através do medo e da mágoa,
sorria e talvez amanhã
você veja o sol aparecer brilhando para você

Ilumine seu rosto com alegria
Esconda qualquer traço de tristeza
embora uma lágrima possa estar muito perto

Este é o momento
você deve continuar tentando
sorria, de que adianta chorar,
você vai descobrir que a vida ainda vale a pena
se você simplesmente sorrir."

SORRI (SMILE-VERSÃO BRASILEIRA)

Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos
Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.


Música: Charles Chaplin
Letra: John Turner e Geoffrey Parsons
Versão: João de Barro (Braguinha)

domingo, 20 de julho de 2008

ELEGÂNCIA

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...
Abrir a porta para alguém? É muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
Oferecer ajuda? Muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

Desconheço a autoria.

sábado, 19 de julho de 2008

Olá para todos!

Estou iniciando este blog e meu objetivo é postar fragmentos de textos, reflexões, notícias bem como meu ponto de vista sobre os mesmos.

Minha inspiração para este blog é minha afilhada, Ana Clara. Quero que um dia, quando estiver maior, ela possa ler meus textos e também refletir à respeito. Quero que minha princesinha saiba que ela será minha eterna menininha e que sempre viverei por ela. Que saiba que ela foi motivo de muita alegria e que muitas vezes que eu estava atormentada, foi para ela que liguei para ouvir sua doce voz infantil que tanto me aquietava o espírito. Que ela saiba que ajudou a me transformar no que sou hoje e que continuará me ajudando no objetivo de trilhar minha vida sendo um exemplo para ela. Te amo para sempre minha princesa.

Sua dinda.

Essa música abaixo eu cantava para Ana Clara dormir quando era muito bebê:



Menininha do meu coração
Eu só quero você
À três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão

Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão

Fique assim, fique assim
Sempre assim, sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei


Valsa para uma menininha (Vinícius de Moraes e Toquinho)